sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Exposição fotográfica


Vamos conferir a exposição fotográfica "Na preguiça", um trabalho belíssimo de Antonello Veneri. Que mostra a comunidade da histórica Ladeira da Preguiça. Os clicks transformam em poesias o que deveria ser situações  comuns do cotidiano. A beleza e a magia estão nos olhos de quem ver. A exposição será aberta no dia 14/12 às 16 horas no Centro Cultural "Que Ladeira é essa?" e nas ruas da Preguiça.


Origem do nome

A preguiça citada no nome da ladeira refere-se ao fato de que as mercadorias eram transportadas do porto para a cidade, fosse nas costas de escravos, fosse em carretas puxadas por bois - e empurradas por escravos. A elite da época, a qual residia em casarões ao longo da via, costumava divertir-se com gritos de "sobe preguiça!" ao presenciar os escravos subindo penosamente a ladeira, sob o peso de sacos de mercadorias pesando até 60 kg ou empurrando carretas abarrotadas.

Todavia, corroborando a imagem folclórica, preconceituosa e elitista de que os baianos (em geral) e os soteropolitanos (em particular) são preguiçosos. A página oficial da Secretaria de Turismo da Cidade de Salvador sustenta a ideia de que os escravos, reclamando do trabalho pesado, diziam que subir a ladeira "dava preguiça."

É quem não já ouviu a canção do Gilberto Gil que fala da Ladeira da Preguiça...


Fonte: Wikipédia

Pulp Fiction - Cena da dança - John Travolta e Uma Thurman


Ouvindo agora: Nara Leão


Poeme-se...

- É pecado sonhar?
- Não, Capitu. Nunca foi.
- Então por que essa divindade nos dá golpes tão fortes de realidade e parte nossos sonhos?
- Divindade não destrói sonhos, Capitu. Somos nós que ficamos esperando, ao invés de fazer acontecer.


Dom Casmurro – Machado de Assis























O Brasil e a desordem musical





















Cá estou eu no meu quarto, quando ouço vindo da rua uma voz de criança repetindo esse refrão: “Eu mato ela, eu mato ela, se tentar roubar meu marido, eu mato ela”. Num misto de surpresa, horror e curiosidade fui até a varanda. Olhava para a menina e pensava, quantas outras haveriam por ai afora sendo embaladas por aquela canção. Entrei e digitei no Google as frases que acabara de ouvir. Trata-se da música da banda “Black Style” de nome “Eu mato ela”. Com medo, apertei o “play” no YouTube. Difícil foi ouvir até o final. Ao terminar, nem deu tempo eu me recuperar quando comecei a ler os comentários: “dahora”, “doreiiiiii”, “eu mato mesmo”, “massa, sou fã” e dezenas de outros, alguns irreproduzíveis. Música é definida como forma de arte, combinação de sons e ritmos. Todas as civilizações possuem suas manifestações musicais. É inerente à humanidade. Música é expressão, comunicação, linguagem. Pode ter um apelo político, um protesto, uma critica ao sistema. Falar de amor, enfim. Das canções de ninar a marcha fúnebre, a música nos acompanha. E eu me pergunto qual a ideologia de uma música com esse teor? Qual sua intenção? Para mim, é muito claro que esse conteúdo é um incentivo a violência, a agressividade ao crime. A música em si, exerce uma influência na vida das pessoas. Contribui com a formação da personalidade, influi no comportamento e interfere no humor. Podendo nos levar à calma, relaxamento, paz. E o contrário também acontece. Pode nos levar à agitação, inquietação e euforia. Essa questão vai além da “Lei anti baixaria”. É preciso mais que um projeto de lei que impeça que verbas públicas sejam usadas para contratar ou patrocinar eventos de grupos musicais com repertório que desvalorize a mulher e incentive a violência e o crime. Porque a disseminação da música continuará existindo por outros meios. O problema não é restringir aqui ou ali. A música exerce um poder muito grande devido a sua forma de propagação, como se proteger de ondas sonoras? Como não consumir algo que estar no ar? Que adentra os ouvidos sem pedir licença. Somos tomados de reféns. E nos tornamos consumidores: ativos ou passivos. E as pessoas mais vulneráveis, crianças e jovens, precisam ser protegidos. Porque, ainda que os pais e responsáveis tenham o cuidado de selecionar o que eles ouvem em âmbito doméstico. É impossível impedir que isto ocorra. Porque estamos cercados de sons o tempo todo. Daí a necessidade de intervenção do Estado na indústria da música no sentido de filtrar letras com esse conteúdo maléfico que tanto influencia de forma negativa no comportamento de jovens e crianças. É inadmissível que esses “artistas” e produtores se prevaleçam do argumento de liberdade de expressão e continuem infectando a sociedade.







Poeme-se...


Quero ser o teu amor amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amor amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...


Fernando Pessoa

 








Sobre relacionamentos




Outro dia vi no “face” uma atualização. Uma inversão de fotos de um casal. Ele postou no perfil a foto dela e vice versa. Lógico que uma atitude dessas, para mim, inédita, me chamou atenção. Sinceramente, fiquei com medo. E foi inevitável não refletir sobre o acontecimento. Postar a foto do casal, não seria o suficiente. Não, isso não é o bastante. Ele agora é ela e ela agora é ele. Em uma palavra: excesso; em duas palavras: descontrole emocional; em três palavras: comportamento de desespero. Eu acredito que o maior erro nas relações é achar que o outro é propriedade nossa. Podemos sentir carinho, ternura, paixão, tesão, amor pelo outro, mas, nós não possuímos o outro, não somos donos do outro. “Ninguém é de ninguém”. Por mais harmonia, afinidade que exista entre um casal. Você é você e o outro é o outro. É necessário e saudável se manter as individualidades, suas peculiaridades e particularidades. Conservar a nossa identidade. Tem pessoas que vivem a sombra do outro, ela não consegue mais ser ela, quer viver em função do outro. E quando acontece uma ruptura, a pessoa descobre que não tem mais vínculos, seu circulo de amizade foram desfeitos, e alguns casos mais gravosos, laços familiares. E quando todos os amigos são em comum então, vira um dilema, em caso de separação. Quem fica com os amigos. Quem é mais amigo de quem. Vai ficar de qual “lado”. E muitos ficam sem rumo. Porque percebem que estão “sozinhos”. Ai é necessário tempo e paciência para resgatar uma vida que a pessoa achou que deveria abrir mão, ou porque o outro foi lhe impondo isso e você aceitou, ou porque ambos acreditavam que por eles mesmos se bastavam. Não é difícil identificar uma pessoa carente efetivamente, uma pessoa insegura. Ela acha que o outro é salvação que irá preencher suas lacunas. Eu sempre olho com certa desconfiança para fotos de casais em perfis de redes sociais. O que pode parecer uma demonstração ou prova de amor, pode esconder um sentimento de posse, uma personalidade ciumenta e doentia. Um desejo de controlar e dominar o outro. Vaidade em querer exibir o outro como um troféu. Conheço várias pessoas que saíram de redes sociais por terem findando uma relação, menos grave...mas, muitas saem da vida. E um viva aos amores saudáveis aqueles que não aprisionam, mas que libertam!!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Poeme-se




"Quem escreverá a história do que poderia ter sido
o irreparável do meu passado;
Este é o cadáver.
Se a certa altura eu tivesse me voltado para a esquerda,
ao invés de para direita;
Se em certo momento eu tivesse dito não, ao invés que sim;
Se em certas conversas eu tivesse dito as frases que só hoje elaboro;
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro seria
insensivelmente levado a ser outro também."


Fernando Pessoa









Para Sempre Elis

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais...