Outro dia vi no “face” uma
atualização. Uma inversão de fotos de um casal. Ele postou no perfil a foto
dela e vice versa. Lógico que uma atitude dessas, para mim, inédita, me chamou
atenção. Sinceramente, fiquei com medo. E foi inevitável não refletir sobre o
acontecimento. Postar a foto do casal, não seria o suficiente. Não, isso não é
o bastante. Ele agora é ela e ela agora é ele. Em uma palavra: excesso; em duas
palavras: descontrole emocional; em três palavras: comportamento de desespero.
Eu acredito que o maior erro nas relações é achar que o outro é propriedade
nossa. Podemos sentir carinho, ternura, paixão, tesão, amor pelo outro, mas,
nós não possuímos o outro, não somos donos do outro. “Ninguém é de ninguém”.
Por mais harmonia, afinidade que exista entre um casal. Você é você e o outro é
o outro. É necessário e saudável se manter as individualidades, suas
peculiaridades e particularidades. Conservar a nossa identidade. Tem pessoas
que vivem a sombra do outro, ela não consegue mais ser ela, quer viver em
função do outro. E quando acontece uma ruptura, a pessoa descobre que não tem
mais vínculos, seu circulo de amizade foram desfeitos, e alguns casos mais
gravosos, laços familiares. E quando todos os amigos são em comum então, vira
um dilema, em caso de separação. Quem fica com os amigos. Quem é mais amigo de
quem. Vai ficar de qual “lado”. E muitos ficam sem rumo. Porque percebem que
estão “sozinhos”. Ai é necessário tempo e paciência para resgatar uma vida que
a pessoa achou que deveria abrir mão, ou porque o outro foi lhe impondo isso e
você aceitou, ou porque ambos acreditavam que por eles mesmos se bastavam. Não
é difícil identificar uma pessoa carente efetivamente, uma pessoa insegura. Ela
acha que o outro é salvação que irá preencher suas lacunas. Eu sempre olho com
certa desconfiança para fotos de casais em perfis de redes sociais. O que pode
parecer uma demonstração ou prova de amor, pode esconder um sentimento de
posse, uma personalidade ciumenta e doentia. Um desejo de controlar e dominar o
outro. Vaidade em querer exibir o outro como um troféu. Conheço várias pessoas
que saíram de redes sociais por terem findando uma relação, menos grave...mas,
muitas saem da vida. E um viva aos amores saudáveis aqueles que não aprisionam,
mas que libertam!!
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